Hoje o dia nasceu meio mofado, feito os morangos de Caio. Não visitei estrelas nem quando o sol aparecia. Resolvi não pescar nenhuma vontade minha. E isso, pesco sem isca. Ando com uma ferida aberta no peito. Abriu de riso, de águas nos olhos, de rio turvo, de mar, de riachos. Tenho fendas sim, mas as reinventei todas. Hoje elas são chaves. E só abrem abrem portas encerradas de verdade. Entre-abertas não.
20 de dez. de 2009
O que amei vibrava e cantava. Agora,
além disso. quero um amor sincero,
que me assalte a alma,
que faça eu me entregar.
18 de dez. de 2009
Tenho algumas coisas que vertem mágoas. Vou pra perto do mar. O rio me afogou.
A verdade tem uma fúria que grita. Queria que um pássaro me ensurdecesse.
Um albatroz..
16 de dez. de 2009
A poesia mora em mim, tem um quarto só dela aqui dentro .
Mas hoje ela deu uma saída, disse que daria uma volta. Achei mesmo que ela precisava ficar sozinha. Não quis água, nem que eu tocasse no nome do mar. Falou algo sobre as tempestades, bichos, metais, grãos de areia...
Depois, bateu suavemente a porta e saiu.
Vou regar a semente que ela deixou.
Minha poesia chega sem nome,
sem cheiro,
sem flor nenhuma, embora tenha nascido uma rosa branca,
bem aqui debaixo da minha janela.
14 de dez. de 2009
Foto by Dóris
Estou sempre de malas prontas. Vou embora todos os dias. Volto com estrelas que pesco, em cardumes, com a lua pendurada,
cheia de sono, com o sol derretendo ciscos, com poemas alinhavados, com uma idéia nos cílios.
Me empresto da cor do céu, e começo meu dia assim....
Refazendo as malas.
11 de dez. de 2009
As cores de todas as tintas fogem, correm afiadas das telas, não percebem a nitidez que toda manhã tem.
...apesar da chuva o dia inteiro contigo tem suavidade de final de tarde...
7 de dez. de 2009
...gosto de voltar assim, com gosto de mar no café, com a areia da praia nos passos... Mas confesso: o que eu tinha de maior em mim, era essa saudade da tua boca...
Ariano torto.
Muito torto.
Jeito de alma "avoada" num "entardecer" de corpo.
Menina com olhos de águia e coração de "porto".
Menino com jeito sapeca e um destino solto.
Voz de violão e acordes de manhãs belas e claras.
Tempestade em alto mar e ao mesmo tempo calmaria na lagoa.
Ariano torto.
Anjo torto e safado.
Safado com jeito bíblico.
Tão sério de fazer soneto.
Anjo de Augusto.
Anjo de Chico.
Anjo de Drummond.
Areias claras para deixar recados.
Areias para construir castelos.
Areias para fazer deserto.
E em todas as areias tão sincero.
Ariano torto.
Muito torto.
Faz poesia na bula.
Adora Quirina e Dolores.
Morre mas também vive de amores.
Um imã aquém de qualquer distância.
Um fogo de paixão.
A eternidade exata de amor sem fim.
Querubim torto.
Muito torto.
Salve Jorge.
Lanças a defender o coração amado.
Um achado.
Bolero, clássico, can can.
Batismo de sol em noites encantadas.
Ariano torto.
Muito torto.
Minha irmã.
Edike Rogério Carneiro