26 de fev. de 2010


. . .
Muda o tom meu dia ,
o sol se rende,
a chuva cai
e reverencia o céu.
O vermelho destaca uma tela
e eu não preciso nem fechar os olhos ...
A gente pinta o futuro,
o real...
A possibilidade é uma tinta.
Pra merecer o tempo,
tem que respeitar o tempo.
Como é.
Amo assim.

25 de fev. de 2010


UM ANJO
O dia nasceu assim hoje,
quarado,
alvejante,
branco,
sem o clarão da lua cheia,
mas sem o amassado de sono,
sem necessidade de ferro de passar a vida...
O dia nasceu com os vincos de azul de céu,
com o avesso do poema mais lindo,
com o pensamento dos olhos,
com a forma sem hora...
Nasceu bem cedo o menino,
na escuridão clara do despertar,
na parada leve e precisa do piscar de cílios.
Não consigo explicar,
mas olha com tua atenção e cuidado.

É exatamente assim que as nascentes molham...



18 de fev. de 2010

Não é fácil arder e queimar,
por dentro,
em uma quarta feira de cinzas ...
Mas os tons dessa enorme fogueira,
nos deixam mais vivos,
mais serenos,
mais prontos,
mais acesos,
mais temperados...
Tenha certeza disso.
É fato.
As paixões dançam mais,
o amor mostra sem medo o movimento que tem.
A gente tem é que preservar a calma,
a atenção,
o cuidado...
Sinto que o que vem,
vem pra ficar.
Passamos por um carnaval sim,
mas na apuração,
não perdi você.

16 de fev. de 2010

O que existe aqui são sussuros,
ventos,
matizes cheios de cores,
traços que marcam e brilham,
na quietude de um silêncio muito mais que mágico...
Não é capa,
não é tempo,
não é arremesso,
é sim o que começa,
é cuidado sem pressa !
Chuva e mar :
água e contas,
tudo na mesma concha.
Ah.. os olhos acabarão por ler
o que a alma fala baixinho...








11 de fev. de 2010




Minha poesia
contou baixinho :
Esse ano,
no carnaval,
sou assim :
sem frevo,
sem samba,
sem avenidas
e ruas,
sem desfile...

Mas venho de forma intensa,
cheia,
inteira,
colorida,
de janelas,
olhos,
de corpo
e silêncio...
Venho numa quietude de passos lentos,
riso de canto...

meu carnaval,
silenciosamente,
ainda vai dar
um belo enredo...



Eu sinto.