Guri...
Eu tinha os livros nas mãos,
e uma vontade enorme de minha letra....
Tinha sede de botões de rosa,
subia sempre pro andar de cima,
e me atirava sem medo,
abraçada em cada sonho..
Haviam janelas,
e uma coragem mais presente que meus pulsos.
Não media muito os perigos,
e nada me acontecia.
Tinha essa ressonância com o bem.
Tinha quereres homéricos,
e esperas breves.
Não tinha paciência.
Eu tinha os olhos de pedra,
e construía armações de vidro.
Me protegia do mal que nem conhecia...
Hoje,
Trago tudo aqui, mas ainda menino,
crescido, mas menino...
Escrevo à lápis,
bebo rosas e girassóis,
continuo voando,
ainda adoro janelas,
amo o silêncio barulhento do meu coração,
minha ressonância ainda é muito mais que magnética,
minha paciência não conseguiu ficar longa,
enxergo além da lente de meus óculos,
o bem continua raro,
mas prezo mais ainda...
Ah, esse guri...