
Não escrevia mais nenhuma linha,
mas sentia os olhares da poesia,
atenta,
quieta.
Até que meu desejo quente arrepiou.
O frio era só da rua,
a temperatura era só do ar.
Eu tinha o calor das rosas vermelhas,
das tulipas cheias de beijo,
das tatuagens cheias de vontades.
Hoje tiro o pó do tempo,
do céu,
da chuva,
do frio,
dos poemas trancados e fugidios...
E o sol,
vindo beber da água do mundo,
que entre,
seja dono dessa casa
e se aconchegue na fresta da minha janela.