25 de jun. de 2009

PEDAÇOS MEUS

A chuva é uma das artes do céu.
Confesso que invejo essa imensidão de águas.
Talvez seja por isso, que de vez em quando,
choro como se chovesse...

Tenho digitais do tempo.
Ele passa e guardo todos os seus segredos na palma da mão.

O desconhecido não me apavora.
Medo, eu tenho, e conheço todos, infinitamente.
São raros, mas nenhum deixo que se apresente maior que eu.

Às vezes pareço tão perto, de tanto que me remeto...
Chego a sentir tua respiração...
Mas não há verso, nenhum poema que te traduza em palavras.
Agora, elas calam no meu coração.

Tenho uma procissão de pensamentos solitários.
Eles vão obturando cada pedaço de céu.
Como se à noite, tu tivesses dentes soltos, brancos, reluzentes,
e eu tivesse que sorrir depois da chuva...
O que eu tenho é dor de saudade, dessas que não desardem.
Os dias parecem amarrotar:
não "passam"...


Nenhum comentário: