7 de jul. de 2009

MENTIRA MINHA

Eu disse que a calma viria em um dia de chuva,
que eu seria a única testemunha
de um sentimento que todo mundo conhece...
Falei de coisas que só o espelho sabia.
Eu tinha um rosto diferente.
Eu tinha muito dessas coisas de meu pai.
Eu protegia, sufocando.
Eu sufocava, sem saber que perdia.
Eu sempre achava o que não era.
Meu amor, às vezes,
chegava a ser delicado, de tão bruto.
Eu era assim, meio rústica.
Chegava a ser doce quando queria.
Era gentil demais com as damas,
e me perdia sempre nos jogos com valetes e reis.
Eu morria sempre que podia.
Gostava disso.
Tinha um humor feito
para os que queriam rir simplesmente,
sem dar explicações.
Eu ia muito além do riso.
Eu tinha aquela sede
que jamais se acabava.
Água, sempre bebi pouco.
A vida, tomei aos goles.
Tomei porres dela.
E por isso, eu atropelei.
Atropelei os sentidos que tinha,
os motivos porque ria,
os atalhos,
os meios nos finais de linha.
Eu fui um trem sem direção nenhuma,
sem determinação.
Tive instantes de lembranças,
e o resto da vida pra esquecer.
Depois disso, eu escrevia,
jurava e acreditava sempre que não.
Eu esqueci disso tudo
no momento que explodiram meus espaços.
Eu sabia do real,
e o imaginário terminava ali.
Aqui.
Eu disse que a calma viria em um dia de chuva.
Mas não veio não.
Eu,
continuo me enganando,
achando que sou eu,
a única testemunha do que sinto...
Mentira:

Todo mundo sabe que eu te amo.

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