17 de out. de 2009

Guri...

Eu tinha os livros nas mãos,
e uma vontade enorme de minha letra....
Tinha sede de botões de rosa,
subia sempre pro andar de cima,
e me atirava sem medo,
abraçada em cada sonho..
Haviam janelas,
e uma coragem mais presente que meus pulsos.
Não media muito os perigos,
e nada me acontecia.
Tinha essa ressonância com o bem.
Tinha quereres homéricos,
e esperas breves.
Não tinha paciência.
Eu tinha os olhos de pedra,
e construía armações de vidro.
Me protegia do mal que nem conhecia...

Hoje,
Trago tudo aqui, mas ainda menino,
crescido, mas menino...
Escrevo à lápis,
bebo rosas e girassóis,
continuo voando,
ainda adoro janelas,
amo o silêncio barulhento do meu coração,
minha ressonância ainda é muito mais que magnética,
minha paciência não conseguiu ficar longa,
enxergo além da lente de meus óculos,
o bem continua raro,
mas prezo mais ainda...


Ah, esse guri...

3 comentários:

Mara faturi disse...

Belas imagens aqui...o bucólico cheirando a mar e infância, perfumes tão bons de sentir;)

nara de oliveira disse...

uau..........o q fica eh a aproximação da lente, e fico a imaginar nossa!!! ...q sensibilidade, quietude e concentração...e o som das tuas palavras chegam a seR perCEBIDO...hum ..gostei. valeu!!

Marcia Carneiro disse...

É Nara... Maravilha tua visita... e tb acho que o que fica é a aproximação da lente...